Propósito ou paixão: o que mais impacta na performance?

Em seu livro Great at work: how top performers work less and achieve more, o professor Morten Hansen, da Universidade da Califórnia entrevistou 5000 funcionários e gerentes, explorando a distinção entre PROPÓSITO e  PAIXÃO. 

Propósito: sensação de que você está contribuindo com outras pessoas, que seu trabalho tem um significado maior. 

Paixão: é o sentimento de empolgação e entusiasmo que você tem sobre o seu trabalho. 

A pergunta de Hansen é: qual dos dois tem maior impacto no desempenho do trabalho?

Ele agrupou os participantes em categorias e os resultados você pode ver na tabela abaixo.

Propósito elevadoPropósito reduzido
Paixão elevada80%20%
Paixão reduzida64%10%

Um fato curioso é que as pessoas que são apaixonadas por seu trabalho, que expressam altos níveis de entusiasmo e engajamento, ainda assim possuem desempenho fraco se não tiverem um senso de propósito. 

Assim, o propósito supera a paixão!

O melhor conselho que podemos dar a alguém é “Siga o seu propósito!” ao invés de “Siga a sua paixão!”. A paixão é individualista, ela pode nos energizar, mas também nos isolar, porque minha paixão não necessariamente é a mesma que a sua. 

O propósito é algo que podemos compartilhar, que gera pertencimento e nos une. Muitas pessoas acreditam que encontrar o propósito é encontrar uma “entidade mágica” que estava em algum lugar esperando ser descoberta e que responde a todas as nossas perguntas. A verdade é que o propósito não é descoberto, ele é cultivado, a partir do momento em que buscamos e encontramos sentido, significado para aquilo que estamos fazendo ou desejamos fazer.   

Um estudo feito por Adam Grant, da Wharton School, com  32 salva-vidas remunerados, obteve resultados que confirmam esse dado. 

Ele dividiu os salva vidas em 2 grupos:

  • grupo Benefício Pessoal: que leu 4 histórias sobre como os salva-vidas haviam se beneficiado, posteriormente, com as habilidades adquiridas no trabalho.
  • grupo Sentido: que leu 4 histórias sobre outros salva-vidas resgatando nadadores que se afogavam. 

Nas semanas seguintes, o grupo sentido se voluntariou 43% a mais de horas de trabalho que o grupo Benefício Pessoal. Os líderes dos salva-vidas, sem saber que histórias cada um tinha lido, foram convidados a avaliar o “comportamento de suporte” (ações tomadas voluntariamente para dar suporte a outras pessoas) presente nas semanas seguintes de trabalho. O comportamento suporte no grupo Sentido aumentou em 21% em relação ao período antes da leitura e o grupo benefício pessoal não apresentou o comportamento suporte.  

Momentos de insight e conexão são cruciais para cultivar o sentimento de propósito. A reflexão de “Porque fazemos o que fazemos?” é fundamental para nos conectarmos com o significado das nossas ações. Entender no que estamos dando nossa contribuição e a quem beneficiamos transcende a lista de tarefas e dá forma ao nosso propósito. Além disso, aumentamos nossa capacidade de inovar, resolver problemas e agir com resiliência frente aos desafios que surgem. 

Você já tinha pensado a Paixão e o Propósito sobre essa perspectiva? 

Para saber +:

Livro: O poder dos momentos: o porquê do impacto extraordinário e certas experiências. Chip Heath & Dan Heath.

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