Em um dos nossos posts escrevemos sobre a importância de falar da solidão afetiva, aquele sentimento de sentir-se só (mesmo não estando só fisicamente).
Uma das formas de lidar com esse sentimento é por meio do pertencimento. Pertencer reflete o desejo humano inato de ser parte de algo maior que nós mesmos. É sentir que estamos conectados por meio de uma rede de afeto e compaixão. Somos geneticamente programados para viver em sociedade e nosso anseio de pertencer é tão primitivo que frequentemente desejamos satisfazê-lo tentando nos ajustar ou buscando aprovação, o que dificulta a conexão e o verdadeiro pertencimento.
A verdade é que sentir-se pertencente não é tão simples assim. Antes de pertencer a um grupo, a uma comunidade, a uma empresa, a uma família, nós precisamos pertencer a nós mesmos (palavras da nossa sábia Brené Brown). Sob essa perspectiva, o pertencimento não está ligado exclusivamente a algo exterior a nós ou algo que alcançamos ou conquistamos apenas junto com as pessoas.
Pertencer passa pela nossa auto-aceitação. Afinal, como podemos esperar que o “outro” nos aceite como parte se nem nós mesmos nos aceitamos plenamente? Quando pertencemos inteiramente a nós de modo incondicional, o verdadeiro pertencimento já é nosso.
Esse sentimento só acontece quando apresentamos nosso eu autêntico e imperfeito ao mundo. Não há como se conectar com profundidade sem sermos autênticos e agirmos com coragem diante da vulnerabilidade. Ao aceitarmos que somos imperfeitos, e ainda assim merecedores de afeto, também permitimos isso ao outro.
Sabe aquela sensação de “aqui eu posso ser eu mesmo”? É disso que estamos falando.
As comunidades favorecem esse sentimento de conexão e pertencimento. Nesses espaços é comum escutar a frase: “Aqui eu encontrei a minha turma, minha tribo”. Isso nada mais é que se conectar com “o outro” podendo ser você mesmo.
Em que ambientes você se sente pertencente?
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